12 dezembro 2010

Eixo 9

“O ser humano, guiado pelo sentido da beleza, transpõe o acontecimento fortuito para fazer dele um tema que, em seguida, fará parte da partitura de sua vida. Voltará ao tema repetindo-o, modificando-o, desenvolvendo-o, transpondo-o, como faz um compositor com os temas de sua sonata.”

Milan Kundera



Beleza...
Análise feita a partir da minha experiência, vivenciada na Escola Estadual de Ensino Fundamental Canadá.

Acontecimento fortuito...
Possibilidade de fechamento da Escola por não haver um decreto específico que regulamente o ensino agrícola no ensino fundamental.

Tema...
Escola Canadá, com uma história de 50 anos valorizando o meio ambiente.

Parte da Partitura...
A Escola buscou uma alternativa, implantando o Turno Integral para os alunos das séries iniciais, oferecendo atividades ministradas por sete oficineiros, distribuídos entre as oficinas de Hora do Conto, Hora do Tema, Hip Hop, Artes, Vídeo, Atividades Esportivas e Educação Ambiental.

Sentido da beleza...
Parar e olhar os acontecimentos fortuitos!
Movimento de pensar e repensar possibilidades;
Movimento de avaliar;
Movimento de escrever a história;
Movimento de documentar a história;
Movimento de voltar ao tema repetindo-o, modificando-o, desenvolvendo-o, transpondo-o;

Continuar a sonata!

Este semestre foi dedicado para pensar o tempo vivido no PEAD – desde 2006, o tempo de estágio e transforma-los em Trabalho de Conclusão. Assim, pode-se perceber que todos os componentes do curso, professores, tutores e alunos, estavam bastante empolgados e apreensivos com tanta informação por aplicar. Para mim, foi um tempo muito importante, pois foi o tempo de aplicar as aprendizagens vivenciadas no PEAD para documentar a história da minha Escola na forma de estudo de caso desta, uma vez que passou a oferecer o Turno Integral aos alunos das séries iniciais. Foi, ainda, um crescimento notório em minha prática docente, pois penso que hoje minhas ações são mais pensadas e avaliadas por mim. O mais significativo que levo do curso é o pensar, o refletir sobre a intencionalidade das atividades propostas para os alunos, a possibilidade de se trabalhar em Projetos de Aprendizagens, e ainda, a possibilidade de se trabalhar com o uso da tecnologia na sala de aula.
Agradeço imensamente a oportunidade de viver este tempo com pessoas tão especiais que encontrei neste curso. Pessoas que acreditam na educação e no potencial das pessoas. Espero poder responder a mesma altura durante minha prática na Escola.

O término do 9º eixo não é um tempo que finaliza, que acaba, mas acredito ser um tempo de começar, de abrir possibilidades. A cada dia Deus nos dá a oportunidade de recomeçar... Acredito ser esse o exercício do magistério.

04 dezembro 2010

Eixo 8 (c)

Durante o período de estágio o que pude perceber é que todas as observações feitas pelos alunos parecem ser calcadas de sentido para eles, uma vez que facilmente argumentam sobre suas hipóteses e fazem trocas que demonstram o quanto é prazeroso trabalhar com algo que os agrada, como as plantas, a terra, o meio em que vivem, pois para muitos esta é uma rotina. A diferença é que estamos pensando sobre o que está acontecendo neste processo. Creio que este dia foi muito significativo, principalmente para mim, pois aprendi mais do que qualquer outro. Creio que seja fundamental para a aprendizagem o aproveitar e explorar as possibilidades que a escola proporciona, já que os alunos passam o turno integral nela.
Durante este período o que pude perceber é que os alunos adoram uma aula na rua, no pátio da Escola. Estes perguntavam diariamente se iríamos pra horta ou pro setor de vermecompostagem para realizar as atividades. Outro ponto que me chamou a atenção foi às experiências e descobertas que acontecem nas entrelinhas das atividades. Sempre que programávamos para a ida aos setores da Escola os alunos vinham com botas de borrachas para não se sujarem (muito). Então, todas às vezes faziam experiências com as botas no barro e em poças de água. Faziam certa competição para ver quem conseguia afundar mais seus pés sem molhar as calças e porque isso acontecia. Muitas eram as hipóteses: desde o colega ter o pé maior até o outro ser mais gordinho. Esta é a certeza de que aprender brincando é muito melhor, mais significativo.

Eixo 8 (b)

Uma das atividades de relevância neste tempo de estágio foi a experiência de construir o “Boneco Cabeça Verde”, com sementes de alfafa, serragem e meias calças a fim de observar o desenvolvimento das plantas e suas peculiaridades. Confesso que esta atividade já havia sido desenvolvida com eles no ano anterior, mas não havíamos pensado sobre ela. Foi uma experiência e tanto, mais para mim do que para eles, pois pude ouvir e dar importância ao que os alunos diziam. A reflexão feita na sexta semana de estágio mostra este envolvimento:
“Comentaram (ao alunos) o quanto chamara à atenção a “cabeça verde” do Emmanuel, no qual estava menor do que os demais. Quando isto aconteceu, lembrei do que o professor Paulo havia comentado sobre as percepções e as relações que os alunos faziam durante as experiências e prestei mais atenção e gastei mais tempo nesta tarefa: o escutar e o problematizar. Neste sentido, várias foram as hipóteses para que esta diferença de crescimento se desse. Alguns diziam que os “cabelos verdes” não cresceram, pois o Emmanuel havia sacudido muito seu boneco e as sementes foram parar no meio da serragem, não havendo luz para que se desenvolvesse. Outros pensaram que, ao sacudir o boneco as sementes foram parar embaixo da serragem, e quando colocamos a cola quente para colar os pezinhos, esta queimou as sementes, impedindo seu crescimento. Propus que pesquisassem durante o final de semana e procurassem respostas para este acontecimento. Segunda feira choveu hipóteses. Percebi o quanto de respostas os alunos têm e como perguntamos pouco. Geralmente damos as respostas antes mesmo que os alunos tenham tempo para formularem suas hipóteses e procurar estabelecer relações importantes para que a aprendizagem aconteça.” (http://camilaestagio.pbworks.com/Reflex%C3%A3o-Semanal)

Na semana em que recebi a visita do Professor Paulo e da Rossana pude dar ênfase ao objetivo do Projeto de Aprendizagem, no qual procurava dar sentido, significado as atividades. Para isso procurei buscar junto com os alunos o que as atividades teriam de significativo para eles a ponto de construir a aprendizagem, mudando hábitos e atitudes em a relação ao meio ambiente. Assim, eles puderam buscar essas relações, como no dia em que estávamos realizando as atividades na horta da Escola. Plantávamos espinafres quando uma aluna sentiu o cheirinho que a terra tem e lembrou-se de quando era menor e ajudava seu pai na horta de casa. Nesse momento outros alunos buscaram suas próprias relações com a terra e esta atividade passou a ser, além de prazerosa, muito significativa. Acredito que, assim como ela se lembrou disso quando cheirou a terra, outros mais tarde passaram a ter esta sensação quando sentirem este cheiro novamente e lembraram das experiências que realizamos na sala de aula.

E pensar não é somente “raciocinar” ou “calcular” ou “argumentar”, como nos tem sido ensinado algumas vezes, mas é sobretudo dar sentido ao que somos e ao que nos acontece. (LARROSA, 2002)

Eixo 8 (a)

No oitavo semestre realizamos o tão esperado e temido estágio, onde este propôs reflexões de práticas que estávamos acostumadas a realizar. Para isso, foi necessário que repensássemos esta prática e colocássemos em evidência aquilo que construímos ao longo do curso. Esta não foi tarefa fácil, uma vez que alguns conceitos antigos, preconceituosos e desnecessários já estavam bastante arraigados nesta prática. Porém, foi bastante desafiador, pois podemos utilizar a nossa própria sala de aula para a realização deste.
O estágio iniciou quando pensava ter claro, para mim e para os alunos, as intenções do Projeto de Aprendizagem, no qual contemplava a conscientização da Educação Ambiental e para isso faríamos as práticas nos setores de Vermecompostagem e Plantas Medicinais que a Escola possui. Porém, me surpreendi quando, na segunda semana, os alunos mostraram interesse em outro setor, como mostra a reflexão postada no pbwork:
“Quando eu e os alunos pensamos em o quê trabalhar neste tempo de estágio pensamos que com a proximidade do inverno a escolha de trabalhar-se com os chás seria um tema bem relevante. Até porque os “chazinhos da Tia Braulina”, uma funcionária muito querida pelos alunos, curam de dor de cabeça até perna quebrada... santo remédio. Porém, na sexta feira alguns alunos alertaram a lebre: “Profe, quem sabe a gente muda de setor? Vamos trabalhar com a horta da Escola e aí a gente pode usar o abudo das minhocas lá! É bem mais tri!” Estes foram ovacionados pelos demais. Me deu um nó! Pensei que havia OUVIDO atentamente os alunos quando refletíamos sobre “o quê fazer”, mas acho que faltou ouvidos. Talvez tenha sido afoita e não tive a sensibilidade exata para captar a vontade das crianças. Nesse momento penso que ser flexível seja retomar a caminhada e dar ênfase a outros aspectos. De repente, este seja o motivo de eles estarem tão dispersos. Não estava interessante. Não fazia sentido. Não foi precisa microfone e caixas de som para entender. Sendo assim, muita informação e nenhuma experiência, segundo Larrosa.” http://camilaestagio.pbworks.com/Reflex%C3%A3o-Semanal)

Este momento foi bastante difícil para mim, pois acreditava estar atenta para o interesse dos alunos, mas não foi o que aconteceu. As práticas cheias de certezas e pouco pensadas, refletidas, sensíveis se defrontam com a falta de interesse dos alunos. Daí a falta de motivação no trabalho, gerando até mesmo a indisciplina na sala de aula. As propostas mecânicas que reproduzimos impensadamente não geram construção de conhecimentos, mas sim aulas chatas e desmotivadoras. Este momento foi muito significativo para mim, pois me deparei com minha rigidez nos planejamentos e ações. Neste momento, retomei o texto sugerido pelo Professor Paulo e fiz nova leitura das informações contidas nele. E isso fiz muitas e muitas vezes, pois a cada momento que relia o texto ele trazia novos conceitos para mim. A partir desse momento o projeto teve outro sabor, outro sentido, tanto para mim quanto para os alunos.

Eixo 7 (b)

As interdisciplinas do Eixo VII oportunizaram um repensar maior em relação as atitudes de exclusão que ainda existem em nossas escola e que muitas vezes praticadas por nós mesmos. Todos necessitam ter espaço na escola, e este precisa ser respeitado. A pessoa surda, ou adulta que procura a escola regular não deve ser afastada do convívio social. Ela precisa relacionar-se com outras pessoas, aprendendo a se comunicar além de sua família. Respeitar a cultura surda é oportunizar a participação do aluno surdo em sua comunidade, promovendo-o como sujeito. Cabe a nós, professores, promover práticas pedagógicas contra a exclusão e o preconceito, valorizando todos os alunos, sem distinção.
Uma atividade bastante reflexiva no semestre foi selecionar um blog para analisar, onde verifiquei que muitos alunos do PEAD utilizam esta ferramenta como desabafo, como lugar de reflexão e ainda como fonte para outros usuários pesquisarem. Analisando meu próprio blog , percebi que o semestre foi marcado por muitas emoções e sentimentos vivenciados por mim e que refletiram em minha vida como um todo. Não sei dissociar as coisas a ponto de não serem assim. Iniciei o semestre com a intenção de fazer melhor do que os semestres anteriores, me dedicando mais e participando mais efetivamente do grupo do PEAD, porém tive problemas de saúde e fiquei afastada da escola em que trabalho e do curso por um tempo. Mesmo assim procurei realizar as atividades propostas dentro dos prazos determinados. Algumas vezes não consegui cumprir. Neste sentido, não houve uma regularidade nas postagens do meu blog, mas sempre que o fiz procurei refletir e buscar formas de mostrar o quanto este curso me faz uma melhor profissional.

http://camilathz.blogspot.com/2009/09/estou-aberta-para-o-novo.html

Posso afirmar que tudo o que vivenciei neste semestre não foi pouco. Sinto-me mais habilitada quanto professora, me fazendo sempre repensar em que práticas educativas, me tornando diariamente uma profissional melhor, pensando em como gostaria que as professoras os meus filhos agissem.

Eixo 7 (a)

Desde o início do curso percebemos a preocupação da instituição UFRGS em tornar, além de prazeroso, dinâmico e coesa as interdisciplinas estudadas no decorrer dos semestres. A partir desta preocupação e da mudança de paradigmas que ocorre em nós alunos pelo repensar de nossa prática, verifica-se uma maior consciência de ações, muitas vezes espelhados em Piaget ou Freire. Com a visão de inclusão as ideias trabalhadas convergem para um caminho, traçados pelas interdisciplinas de Educação de Jovens e Adultos, de LIBRAS, Seminário Integrador VII, Didática, Planejamento e Avaliação, bem como Linguagem e Educação. O PEAD está inserido, incluindo digitalmente professores e alunos em nossas escolas que não compreendiam este universo, num processo novo e com grandes aprendizagens, sendo a linguagem um dos instrumentos utilizados para esta inclusão.
As afirmações referentes às interdisciplinas de Educação de Jovens e Adultos no Brasil, Linguagem e Educação e LIBRAS mostram a diferença como ponto relevante para o processo de aprendizagem.
Se essas particularidades não fossem relevantes, seria tarefa fácil desenvolvermos aulas, pois não teríamos a preocupação com a verdadeira aprendizagem. Agiríamos da mesma forma com todos e estaria pronto. Mas o objetivo não é este. É sim de tornar as aprendizagens mais significativas, encarando como um ato libertador: da falta de acesso à cultura escrita, do direito político, da liberdade de pensamento, conseguindo ganhos de consciência (HARA, 1992). A educação precisa ser algo que possibilite as pessoas participarem cada dia mais a fim de transformarem a sociedade á qual fazem parte.
Em uma das citações, a questão de especificidade cultural está presente e nos remete à EJA, onde está relacionada, também, a interdisciplina de Língua Brasileira de Sinais. Ainda hoje escolas que recebem alunos surdos organizam seu planejamento levando em consideração a maioria dos alunos que são ouvintes, não contemplando a diversidade entre os alunos e não considerando o surdo na sua totalidade, a cultura surda. Não diferente acontece com as classes EJA que estudam em escolas regulares, onde, muitas vezes, o planejamento não considera as peculiaridades dos alunos, estes a maioria trabalhadores, sendo necessário todo um planejamento voltado a esta realidade, diferente da escola tradicional. O currículo contemplado na EJA é que irão garantir os saberes vividos e os escolares, sendo estes complementares entre si, respeitando a grande riqueza de diversidade étnica, etária, de gênero, cultural e socioeconômica. É somente desse modo que a EJA conseguirá cumprir sua função de reparadora e qualificadora. Neste contexto, cabe-nos levar em consideração os diferentes tipos der linguagens que são desenvolvidos neste processo. A partir desta perspectiva, o trabalho escolar poderia abrir espaço para a multiplicidade de discursos, bem como o abordar, relativizando, a questão do “certo” e do “errado” em linguagem, conforme vem postulando estudos lingüísticos cujos efeitos de sentido ainda não foram mobilizadores de novas práticas pedagógicas (DALLA ZEN; TRINDADE, 2002).

Eixo 6 (b)

A aprendizagem de algo só é relevante se houver significado para aquele que aprende. Pensando assim, julgo ser, dentre as aprendizagens do sexto semestre, a questão da dificuldade da vida prática de pessoas com alguma necessidade especial e nosso papel como educadores.
Quando li os textos sugeridos e refleti sobre estes não imaginamos o que seria, na realidade, passar por alguma dificuldade física, seja ela qual for.
Durante o tempo que me afastei do trabalho e das aulas do curso PEAD por motivos de saúde, estando em repouso, precisei, por algumas vezes, deslocar-me em locais públicos utilizando uma cadeira de rodas. Na ocasião não me causou estranheza ou incômodo tal recurso utilizado, pois sabia que esta era uma situação momentânea, e que dentro de algumas semanas minha vida voltaria ao normal. Porém a surpresa e desconforto deram-se em relação ao olhar preconceituoso e a falta de organização do espaço a fim de atender a necessidade de transitar que a pessoa que utiliza a cadeira de rodas como meio de locomoção.

http://camilathz.blogspot.com/

Esta experiência valeu-me como suporte para melhor entender o que se passa com pessoas que necessitam deste auxílio e como devo dedicar um olhar mais sensível aos alunos com necessidades especiais.
É dever do professor dedicar esta atenção especial, pois a capacidade de locomover-se favorece a inclusão dos alunos na vida sócio escolar pela autonomia, independência pessoal, auto suficiência, conferindo-lhes os atributos necessários à sua plena e satisfatória integração social.
Deste modo, o professor deverá levar em consideração ao planejar as suas aulas estes aspectos, reservando tempo em sua aula para o compartilhar de numerosas oportunidades para o relacionamento social de todos os alunos, bem como os alunos com necessidades especiais, dentro da comunidade escolar, antes de considerar que os objetivos das disciplinas foram atingidos.
Para tanto, além do olhar sensível, os professores devem ser especializados na área, com formação metodológica e didática que capacite tal inclusão. Este foi um semestre bastante intenso e rico em informações.

Eixo 6 (a)

Neste semestre trabalhamos as interdisciplinas de Seminário Integrador VI, Filosofia da Educação, Educação de Pessoas com Necessidades Especiais, Questões Étnico-raciais na Educação e Desenvolvimento e Aprendizagem sob o Enfoque da Psicologia II. Uma das atividades relevantes do semestre foi trabalhar o filme “Entre os muros da escola”, dirigido por Laurent Cantet, trazendo um universo bastante conhecido dos professores brasileiros, mesmo ocorrendo na França. Todo o contexto do filme remeteu-nos a reflexão não somente do atual contexto educacional, mas também sobre nossa postura diante desta.
Me chamou a atenção uma cena que ocorre bem no início do filme, onde os professores estão reunidos, apresentando-se uns aos outros e dando as boas vindas aos que chegam para fazer parte daquela comunidade escolar. O professor Olivier ministra aulas de física há quatro anos na escola e aparenta certo conhecimento em relação à realidade. Já o professor Fréderic de história e geografia é novo nesta comunidade. Após estas apresentações, alguns professores sentam-se em grupos e observam as listas de chamadas. O professor Olivier “classifica” para o novo colega quem são os bons e os maus alunos.
Esta cena chamou-me muita atenção uma vez que, frequentemente, agimos da mesma maneira, rotulando, discriminando e excluindo alguns alunos. De acordo com o que estudamos, Piaget coloca a importância do incentivo que os alunos devem receber a fim de desenvolverem uma alto estima saudável. O trabalho em grupos, a convivência com o outro, auxilia que o aluno troque ideias e, dentro desta diversidade, estabeleça a construção de conhecimentos. É nessa cooperação que a aprendizagem se dá, construindo-se uma relação de compreensão e tolerância, objetivando a construção de uma sociedade mais humana.
O filme ainda abordou os papéis do professor, do jovem, da escola e as diferentes culturas, classes sociais e raças representada por uma sala de aula. O estigma, o preconceito da diversidade entre as Etnias.
A partir do momento que conflitamos com alguns alunos, seja por comportamento ou não, os discriminamos e os sentenciamos a serem aqueles que não aprenderão, não irão em frente, dentre outros estigmas.

No momento que um professor classifica, define um aluno, ele age de maneira discriminatória e preconceituosa, não levando em consideração a individualidade de cada aluno, sua identidade, sua história, bem como a possibilidade de desenvolvimento dos mesmos.

Eixo 5 (c)

Neste semestre foi iniciado um Projeto de Aprendizagem escolhidos a partir de questões propostas por nós mesmos no início do semestre no Seminário Integrador.
Respeito, cooperação, dedicação e cumplicidade foram elementos que marcaram a construção deste projeto sobre Pombos Correios, onde eu e a Colega Cristina Coelho nos completamos em perfeita sintonia, tal qual deve ser nossa relação com nossos alunos em sala de aula. Então, este Projeto serviu para dar uma nova perspectiva pra minha própria sala de aula, onde esta unidade de intenções e ações se transforma em uma real aprendizagem no que se refere ao conhecimento do outro indivíduo, além do objeto de pesquisa.

http://camilathz.blogspot.com/2008/10/relaes-que-o-pa-proporciona.html

A partir da relação que o Projeto de Aprendizagem (PA) oportuniza pode-se descobrir o espaço da escola sendo um laboratório de aprendizagem concreta, onde as descobertas que acontecem consequentes das trocas entre os envolvidos é o fator culminante para tal pesquisa.

http://pombocorreiopead.pbwiki.com/Relat%C3%B3rio+de+descobertas

No caso do PA Pombos-correio, muitas podem ser as possibilidades de abordagem do tema, sempre trazendo a realidade local para que haja melhor engajamento no projeto. Lançar este projeto é um desafio que pensava se adequar perfeitamente à realidade da minha escola, uma vez que está localizada na zona rural de Viamão e tem com especificidade o Ensino Agrícola e a valorização e o cuidado com o Meio Ambiente.

http://minhaescolapeadalvorada.pbwiki.com/Camila

Eixo 5 (b)

Na época em que cursava este quinto semestre minha Escola iniciava a caminhada na construção de um espaço que contemplasse de maneira mais efetiva as crianças da comunidade e do município. Uma escola de tempo integral para alunos dos primeiros anos do Ensino Fundamental, como prevê a LDB.


http://www.camara.gov.br/sileg/integras/576833.pdf


http://camilathz.blogspot.com/2008/09/organizao-do-ensino-fundamental-e-minha.html

Assim, o semestre foi extremamente relevante para que tivesse conhecimento mais profundo sobre todo o processo em que a Escola estava inserida.
Outro trabalho de profunda relevância neste semestre foi proposto pela interdisciplina de Organização e Gestão da Educação no que se refere a gestão da verba destinada à merenda escolar. Para propor melhorias é importante conhecer.
“Acredito que somente conhecendo como a escola onde trabalho recebe recursos financeiros para merenda escolar e aplica, posso participar e contribuir positivamente.”
Trecho da atividade do módulo 4 - Entrevista ao Presidente do CAE, publicado no webfólio do Rooda.

http://camilathz.blogspot.com/2008/11/entrevista-ao-cae-viamo.html


Este processo de conhecer todos os âmbitos e questões da Gestão Financeira da escola em que estamos inseridos nos auxilia a ter um posicionamento mais coerente e, assim, buscar uma Gestão mais Democrática para que os maiores beneficiados sejam os nossos alunos.

Também, neste semestre houve a preocupação de conhecer efetivamente a Política de Educação de nossas escolas. Muitos docentes desconheciam tanto o Regimento Escolar quanto o PPP. Diante das atividades propostas na Interdisciplina de Organização do Ensino Fundamental, atividade 2, módulo 2.
Abaixo proponho uma reflexão de minha autoria para nossa educação, publicada no Rooda.

“Embora tanto o PPP quanto o Regimento Escolar tentem caminhar compassados para alcançar o objetivo de formação da instituição, ainda se questiona principalmente a avaliação, que se engessa em conceitos e graus incompatíveis com que se pretende”.
Por outro lado, a estrutura curricular da Escola, através das UEP’s, valoriza a integralidade e interdisciplinaridade que, mesmo que os educandos não queiram, não conseguem dissociar uma da outra, o que “obriga” um repensar sobre a avaliação mais efetivo, embora nas Séries Finais com grau, remete a discussões que entendo fazer parte também de uma construção entre docentes. É como olhar o mesmo objeto e atribuir a ele vários significados.
Embora haja este descompasso entre a atribuição de grau à concepção curricular no PPP, há também a diretriz que caminha para que este se efetive.”



Outro aspecto importante do eixo 5 foi pensar no processo de aprendizagem que este curso propõe, as relações estabelecidas de maneira muito estreita, mesmo que ele ocorra de forma não presencial. Quando nos propomos a voltar aos “bancos escolares” de maneira formal, assumindo o papel de alunos sujeitos de própria aprendizagem passamos a compreender melhor como se dá esse processo na vida de nossos alunos, em nossas escolas. Somente olhando a partir do ponto de vista do outro é que passamos a entendê-lo.
Ao refletir os textos sugeridos na interdisciplina de Psicologia da Vida Adulta passamos a visualizar as situações ocorridas no nosso cotidiano, na escola e na nossa sala de aula, de maneira não tão particular. São as relações sem parênteses que os estudos de Maturana sugerem, conforme registro no blog dia 23 de setembro.

http://camilathz.blogspot.com/2008/09/participando-dos-fruns-e-realizando-as.html


As reflexões nos ajudam a questionar as transformações ocorridas na convivência do mundo adulto. Podemos pensar nessas experiências que as relações com nossos colegas professores, nossa relação em sala com os aluno e nossa relação com a direção da escola e os conflitos típicos que ocorrem para podermos nos transformar e ser mais felizes.

Maturana se refere a "nós mesmos conhecendo o mundo". Por isto a importância de sermos observadores e assim, podemos agir sobre nossa realidade. Conhecendo nossas fraquezas, emoções e sentimentos temos possibilidade de mudar. Acredito que esta mudança refere-se também, a nossa própria modificação de pensamento e ação dentro da nossa escola. Para desempenharmos com coerência e êxito a Profissão docente, necessitamos constantemente refletirmos sobre nossa ação diante das circunstâncias e agir com maturidade. Maturana não fala em resolução de conflitos, mas de transformações na própria caminhada.
Dentro desta perspectiva, o Projeto de Aprendizagem realizado sobre Depressão, veio somar com esta reflexão de suma importância, uma vez que este acomete muitos professores em nossas escolas.

http://camilathz.blogspot.com/2008/10/depresso.html

Na elaboração e construção deste Projeto, muito foi o envolvimento e o aprendizado, ocorrido na troca com os colegas.

http://projetostematicos.pbwiki.com/Depressão

Eixo 5 (a)

Neste semestre tivemos a oportunidade de trabalhar com as interdisciplinas Projeto Pedagógico em Ação, Organização e Gestão da Educação, Psicologia da Vida Adulta, Organização do Ensino Fundamental, Escola, Cultura e Sociedade, bem como o Seminário Integrador, sendo que este foi marcado por um crescimento bastante significativo para mim. Pude perceber isto visualizando novamente a organização do meu tempo e contentando-me em compartilhar a mudanças e a aprendizagens ocorridas, atividade novamente proposta pelo Seminário Integrador:

http://profecamila.pbwiki.com/Tempo

Conforme o texto lido “Aprendizagem da vida adulta”, “o adulto aprende da mesma maneira que crianças e jovens aprendem. A aprendizagem não está dissociada da idade, mas na forma em que ela se dá. O que difere é que o adulto encontra-se no período operatório formal do desenvolvimento cognitivo, onde, dentre outras características, é capaz de pensar sobre o próprio pensamento. O adulto aprende como qualquer outro: nas relações”.
Essas relações deram-se de maneira harmoniosa entre as interdisciplinas, que se preocuparam em fazer com que conheçamos melhor o que há nos bastidores da educação. Muitas atividades abordaram questões de relevância para nossa prática, como coloco em um relato no meu blog, dia 24 de agosto e 7 de setembro, respectivamente.

http://camilathz.blogspot.com/2008/08/organizao-e-gesto-da-educao-atividade.html


http://camilathz.blogspot.com/2008/09/organizao-do-ensino-fundamental-e-minha.html


“Muitas escolas, ainda hoje, não conseguiram avançar neste processo que pode ser uma excelente opção para uma educação de melhor qualidade. Minha Escola (e digo Minha, pois é assim que penso. Já faço parte dela e ela de mim!) avançou muito desde as últimas eleições. Hoje temos acesso direto com a direção e podemos partilhar de projetos e opinar na forma de conduzir determinadas situações. Temos liberdade de compartilhar idéias e construir juntos uma nova Escola. A partir do ano que vem estaremos redirecionando o PPP e dando oportunidade dos alunos do currículo de partilharem do Turno Integral que será oferecido a nossa comunidade. Esta construção deu-se de forma coletiva, onde todos os segmentos da Escola fizeram sua contribuição. Em consonância com esta nova Escola estão o ECA, a LDB, o PNE, onde o direito á educação se tornou lei. Pensando assim é que queremos disponibilizar uma escola democrática e que faça diferença em nossa comunidade.”
Interdisciplina Organização do Ensino Fundamental
Atividade 3

Eixo 4(b)

Outro ponto relevante do quarto semestre foi tirar proveito das discussões estabelecidas durante o semestre e trazê-las para nosso cotidiano, como o tempo e o espaço das vidas das próprias crianças. Ao realizar estes questionamentos, pesquisamos, trazemos a tona e discutimos a história de cada um, desafiando-os a conceituar esta história. Nesse momento passamos a ter acesso, vínculo e tornando-nos parte da história do outro. Esta é uma excelente oportunidade para fazermos a diferença na vida dos alunos, valorizando conceitos e valores humanos que, de certa forma, estão ocupando um espaço pequeno na vida destes. Para tanto é importante que façamos isto de forma integral, não “fragmentando as oportunidades” que aparecem, mas sim utilizando todos os momentos propícios, todas as disciplinas para “alinhavar” conceitos e vidas.

Neste semestre foi proposto um Plano Individual de Estudos, onde foi pensado a partir da minha dificuldade: organização do tempo para melhor aproveitamento das interdisciplinas. Para tanto, fiz a postagem em meu webfólio e em meu blog os desafios por mim propostos para o semestre:


http://camilathz.blogspot.com/2008/08/incio.html

Eixo 4

Ao iniciar o quarto semestre não imaginava que seria tão intenso e desafiador. Ao apresentar de cada interdisciplina, ia refletindo em como seria proveitoso e positivo meu processo de aprendizagem, já que uma “vitória” seria o acesso ao ambiente virtual com banda larga que havia adquirido juntamente com meu irmão, como relatei em meu blog em janeiro de 2008:

“Até que um dia a tecnologia chegou a minha casa...
olha que chique:

Estou com computador em CASA!!
E mais ainda... com BANDA LARGA!!

Bem, não é tão larga assim, pois seguidamente cai.
O acesso é por modem da Claro.
O sinal em minha casa não é muito bom,
mas a empresa garantiu que o alcance será maior em breve.

Que legal!! Estou muito feliz por isso.
Tenho certeza que esse "avanço tecnológico"
melhorará meu desempenho no curso do PEAD”.

O que não pensei no momento é que meu desempenho dependesse mais da organização do meu espaço e do meu tempo do que propriamente do acesso a banda larga. Isto é mais relevante do que qualquer outra coisa para mim (já que tenho muita dificuldade em organizar-me para utilizar o tempo que possuo de maneira adequada). As reflexões sugeridas nas aulas presenciais do Seminário Integrador e as tarefas executadas foram bastante interessantes, pois era pensado em como ocorre a nossa aprendizagem e como é complicado desfazer o que já tínhamos pronto em nossas mentes, entrar em conflito com o que antes era a nossa verdade.
Com os trabalhos sugeridos na Interdisciplina de Ciências pude trabalhar com meus alunos em sala de aula as transformações que ocorrem com a natureza ao longo dos anos e a atuação do homem no meio ambiente e tudo que este pode causar de mal para o nosso planeta, tarefa executada nas aulas práticas que fazemos com ao primeiro ano no jardim, na horta da escola, no setor de vermecompostagem, dentre outros.
Pude, também, realizar atividades que abrangesse tanto as interdisciplinas de Ciências como Tempo para desenvolver um estudo referente aos problemas causados pelo lixo inorgânico jogado no pátio da escola diariamente e a poluição nos açudes da mesma, ao longo dos anos. Foi realizada a secagem dos açudes para aumentar a profundidade e limpeza dos mesmos. Pesquisamos com os professores e funcionários mais antigos para conhecerem um pouco da história destes, bem como as mudanças que neles ocorreram. Cada aluno refletiu sobre os problemas do local, confeccionando brinquedos com o lixo que foi jogado nos açudes e pátio.
Todos esses conceitos podem tornar-se mais amplos e serem trabalhados visando outras interdisciplinas, como Matemática e Estudos Sociais, desafiando os alunos a estabelecer integração entre estes.
Penso que todo esse processo poderia ter maior aproveitamento e riqueza se tivesse registrado e publicado em meus ambientes virtuais. Porém, os maiores beneficiados nisso foram os alunos que pensaram, repensaram e tiveram atitudes muito positivas durante este tempo (tempo que não é definido em algumas aulas ou projetos, mas na busca de uma prática constante).

05 novembro 2010

Eixo 3



" Há escolas que são

gaiolas e há escolas

que são asas...

Escolas gaiolas

prendem. Escolas asas

ensinam a voar."

Rubem Alves




Iniciando as aulas nesta segunda-feira iniciaremos o Conselho de Classe Participativo e Preventivo na Escola .
Tenho pensado se minha ação pedagógica
tem sugerido a estes asas ou grilhões...
Confesso que por vezes minhas atitudes ainda são castradoras
e não gosto disso.
Tenho me esforçado muito para fazer de minha prática caminhos para
o desabrochar de cada aluno. Ainda bem que conto com uma equipe pedagógica
bastante auxiliadora. Este curso tem me ajudado muito nesta reflexão.
... e espero ao final deste eu seja uma pessoa muito melhor!
Postagem no blog em julho de 2007.

Foi com este pensamento que iniciei este semestre, que foi marcado por um crescimento notório em minha prática de sala de aula. Uma das aprendizagens mais significativas do semestre foi o pensar em relação ao que se quer com determinada atividade proposta aos alunos.
Algumas atividades propostas durante o semestre, como por exemplo, o Inventário Criativo na interdisciplina de Teatro, possibilitou um pensar na intenção da proposta a ser realizada na sala de aula, como também na elaboração de projetos como o de Arte.
Ao realizar o projeto do Inventário Criativo refleti muito sobre qual a melhor maneira de promovê-lo para que fizesse realmente diferença na aprendizagem de meus alunos. Pensei, então, que deveria "alinhavar" todo o processo para que nenhuma informação se perdesse, assim como faz a estrutura das interdisciplinas deste curso. Foi valioso para minha aprendizagem, uma vez que coloquei em prática as abordagens e contribuições que as interdisciplinas traziam fazendo da sala de aula um espaço muito mais dirigido e dinâmico. Utilizei muito também, os textos sugeridos na disciplina de Ludicidade, pois o brincar até então tinha mais a função de distração do que de aprendizagem.

Um dos marcos do curso é a possibilidade de utilizar a tecnologia em nossas salas de aula, seja no uso dos laboratórios de informática, nas filmagens e mesmo fotografando as atividades realizadas. Na época ainda não possuia computador em casa, utilizava na casa de meu irmão, onde a conexão era discada e não possuia filmadora nem mesmo máquina fotográfica digital. Porém isso não impedia que se fizesse uso da tecnologia em sala de aula. Muitas vezes pedia emprestada a filmadora ou a máquina digital para registrar as atividades de relevância nos projetos da escola e depois mostrava à turma os resultados. As crianças gostavam muito, pois dava-se a oportunidade de visualizar-se e aí iniciava o trabalho de avaliação de cada componente da turma: Como participei da atividade? Como foi minha integração com os demais colegas?

A aprendizagem mais relevante deste semestre se deu com a possibilidade de minha participação e integração em grupos de trabalho com as colegas do PEAD, pois oportunizou a troca de vivências e realidades enriquecendo de forma efetiva meus posicionamentos e forma de trabalhar em sala de aula, resultando aulas mais interessantes e com melhor participação e aprendizagem dos alunos. Este possibilidade de troca foi possível a partir do momento em que eu permiti, me interessando pelas postagens, procurando comunicar-me com outras colegas e em consequência crescendo pessoalmente resultando um profissional mais apto a desenvolver meu potencial em sala de aula.
Ressalto a interdisciplina de Literatura Infanto Juvenil e Aprendizagem que possibilitou leituras muito interessantes e discussões pautadas em nossa prática diária. A atividade de contação de história foi um excelente exercício para nosso procedimento pedagógico, pois permitiu um despertar para as histórias infantis apresentando de forma lúdica as mesmas. Outro instrumento utilizado com ótima aceitação em sala de aula foi a música, onde foi pesquisado as músicas de infância de cada criança. Em sala cantamos e podemos marcar o compasso e o ritmo de cada melodia. Esta atividade fez com que cada criança olhasse de forma diferente sua meninisse e a de seus pais. Houve momentos de carinho nas famílias.
Penso que este semestre foi enriquecedor para minha formação profissional e pessoal, pois me senti parte integrante do curso de Pedagogia, sentindo satisfação e alegria em fazer os trabalhos propostos e aplicá-los nas minhas aulas com resultados mais positivos.

Eixo 1




“Muitas velas. Muitos remos.
Âncora é outro falar…
Tempo que navegaremos
não se pode calcular.
Vimos as Plêiades. Vemos
agora a Estrela Polar.
Muitas velas. Muitos remos.
Curta vida. Longo mar.
Por água brava ou serena
deixamos nosso cantar,
vendo a voz como é pequena
sobre o comprimento do ar.
Se alguém ouvir, temos pena:
só cantamos para o mar…
Nem tormenta nem tormento
nos poderia parar.
(Muitas velas. Muitos remos.
Âncora é outro falar…)
Andamos entre água e vento
procurando o Rei do Mar”


Cecília Meireles



Ainda lembro daquele dia frio em 2006 em que nos reunimos para prestar a avaliação que nos possibilitaria estar aqui, hoje. Lembro que escrevi, numa produção de texto, sobre as Escolas Agrícolas e o quanto os órgãos governamentais deveriam dar mais atenção a estas. Naquele dia só queria poder cursar Pedagogia pela UFRGS. Não imaginava no que isso implicaria. Não calculava o quanto de mim permaneceria igual, ou mudaria. Por muitas vezes esqueci de olhar as velas, os remos... fitava a âncora. Quando iniciou as aulas do primeiro semestre, a dificuldade no uso das ferramentas me apavoraram e percebi o quanto estava distante deste mundo. A interdisciplina de Tics me ajudou muito neste processo, dismistificando o que ainda não conhecia. Ao criarmos o blog não pensava o quanto esta ferramenta seria fundamental para o curso e para a troca na rede que estava se estabelecendo com o passar das atividades, tanto que durante este tempo utilizei-o apenas para postar novamente algumas atividades da interdisciplina de Escola, Cultura e Sociedade e Escola, Projeto Pedagógico e Currículo.


Numa postagem do dia 22 de novembro de 2006 falava assim:
"Não se pode ensinar alguma coisa a alguém, pode-se apenas auxiliar a descobrir por si mesmo." Galileu
Hoje trabalho com 1ªsérie e 2ªsérie na Escola Canadá. A experiência está sendo muito desafiadora, já que nunca havia trabalhado como alfabetizadora. Repenso diariamente minha prática: “Quanto errei hoje? Muito? Pouco? Como farei amanhã pra ficar melhor? Será que adiantou alguma coisa?” Penso que estas perguntas devem se feitas diariamente para nós mesmos e também para outras pessoas de nossa confiança (preferencialmente que confiemos nas nossas supervisoras e orientadoras escolares).
Espero que este curso me proporcione ter mais conhecimento teórico para embasar minhas iniciativas e fortalecer-me nas angústias diárias.
"A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original." Einstein

Eram dias de angústias constantes, pois dominava pouco as tecnologias, havia cobrança das professoras e tutoras, sentia-me distante de todo o grupo (o formato de aula à distância era novo e difícil para mim). Pensei por muitas vezes recorrer à âncora... Porém, agradeço a Deus e a alguns grandes amigos que me ajudaram a pegar novamente os remos e se propuseram a remar, junto comigo. É! Não sou mais a mesma!

25 setembro 2010

Que dificuldade!!!

Que dificuldade!!
Que mania de deixar sempre pra última hora!!
Pensando e repensando sobre minhas coisas vejo que sempre deixo TUDO pra última hora. TUDO! Não só na faculdade... em todas as coisas.
Fico anciosa e funciono na pressão. Não gosto disso e sinto que só eu saio perdendo nessa.
Essa é a minha maior dificuldade e luto constantemente com ela.
Que coisa desagradável!

28 junho 2010

Estamos apenas começando...


Parafraseando a primeira semana de estágio: chegou o tão esperado e temido estágio – ou o final dele. Ele tem sensação de dever cumprido, pois se encerra um tempo de postagens semanais em relação a planejamentos e práticas, mas de grande desafio: precisamos continuar a pensar na intencionalidade de nossa prática, na melhor maneira de realizar as tarefas e no aluno (motivo pelo qual buscamos melhorar sempre). Acredito que nenhum de nós somos os mesmos: professores, tutores, instituição, familiares, nossas escolas e principalmente nós, estudantes do PEAD. A caminhada que se iniciou em 2006 não termina ao concluirmos o TCC, mas acredito que continuará, pois aprendemos a ser desafiadas e não ter receio do desafio. Nesta semana não falei aos alunos que meu estágio se encerrava, pois eles continuavam com o mesmo gás, e nem mesmo pretendo que este movimento que o projeto trouxe acabe. Pretendo que até o final do ano essa turma que acompanho neste momento possa desfrutar de outros projetos que tragam tanta construção de aprendizagens como este.

27 junho 2010

Estamos caminhando


O termo “empoderamento” traduz a autonomia de uma pessoa para realizar uma tarefa sem precisar de autorização. Paulo Freire mostra que empoderado é aquele que realiza, por si mesmo, as mudanças que a levam a evoluir e se fortalecer.
Pensando assim, vejo o quanto nossa prática caminha em ajudar na construção de pessoas capazes de modificar sua realidade, abrindo portas para o novo, seja na alfabetização ou nos seguintes anos da escola. Para que esta realidade continue sendo modificada, é necessário que tenhamos em mente que o professor não é o dono da verdade e que também precisa aprender. Aprender com o aluno é uma excelente opção para que haja um “encontro”, possibilitando, assim, que as aprendizagens se concretizem. Precisamos dar oportunidade para que os alunos pratiquem sua autonomia na busca de sua realização escolar e social, evitando o comodismo e a discriminação. Somos extremamente importantes neste processo. É necessário, porém, que estejamos cientes disto. Penso que nos encontramos neste tempo de descobertas e desafios (mesmo com anos de “prática”). Que bom que estamos vivenciando isso!

20 junho 2010

Aconteceu!




Nas reuniões pedagógicas realizadas na escola um dos enfoques é que o relevante das aulas seja o trabalho com a produção de textos, leitura e interpretação, bem como as quatro operações. Esta deve ser a base trabalhada com os alunos dos primeiros anos do ensino fundamental. Segundo os professores dos anos seguintes, “eles precisam chegar prontos no sexto ano”. Então, este tem sido o maior propósito das professoras do currículo. No entanto, algo que acredito merecer igual relevância é o trabalho de conscientização ambiental, e tudo o que se refere a este assunto.
Dentro das atividades que estamos realizando, uma merece ser chamada à atenção. Realizamos a montagem de composteiras em garrafas pet (como exemplo) e também no chão, ao lado da horta da escola. Este trabalho foi riquíssimo, uma vez que os alunos se envolveram muito e puderam acompanhar todo o processo, desde a montagem da composteira até a visualização do caminho percorrido pelas minhocas nesta. Mas isso não mereceria destaque se não fosse a posição que alguns alunos demonstraram. Alguns revelaram que depois que realizamos este trabalho na aula tiveram condições de construir suas próprias composteiras nos fundos de casa, fazendo todo o aproveitamento do lixo orgânico. É muito gratificante quando os alunos passam a dar real importância para aquilo que acreditamos e trabalhamos em aula. Os valores passaram a ser comuns entre nós. Nossa turma pode ter uma estreita relação entre os assuntos relativos a estas atividades. Além de entenderem a importância da nossa prática, mostraram consciência, mudança de postura e a criação de uma nova prática em relação ao aproveitamento do lixo da sua casa.
Entendo que este seja o sentido que Larrosa pretendia em seu texto, tão lembrado pelo professor Paulo e Rossana. “A experiência é o que nos passa, o que nos acontece, o quer nos toca.” Esta atividade passou por eles, tocou, aconteceu, fez diferença, sentido. Mas acredito que isto só foi possível porque estava com o olhar atento. Observando e respeitando o tempo de cada um. Nem todos os alunos tiveram esta percepção e foram tocados. Gostaria que outros também pudessem partilhar deste momento e pretendo promover outras atividades que provoquem assim, mas valeu com estes que me surpreenderam.
Pensando neste sentido, talvez devamos mudar as perspectivas do sexto ano e o conceito de chegar pronto. Estamos sempre prontos a atividades prazerosas e com muito sentido.

13 junho 2010

Aprendizagens



Este semestre está sendo marcado por um crescimento notório em minha prática de sala de aula. Uma das aprendizagens mais significativas deste semestre é o pensar em relação ao que se quer com determinada atividade proposta aos alunos. Este curso está nos desacomodando de nossas práticas e nos mostrando que é possível realizar uma educação pública de qualidade, mesmo havendo pouca verba para a aquisição de material didático e suporte literário. Mostra-nos que com boa vontade, disciplina e determinação podemos vislumbrar um mundo abrangente de informação e cultura que está a nosso dispor na informatização e pesquisa.
Ao realizar os projetos de cada semana refleti muito sobre qual a melhor maneira de promovê-lo para que fizesse realmente diferença na aprendizagem de meus alunos. Pensei, então, que deveria "alinhavar" todo o processo para que nenhuma informação se perdesse, assim como faz a estrutura das interdisciplinas deste curso. Foi valioso para minha aprendizagem, uma vez que coloquei em prática as abordagens e contribuições que as interdisciplinas traziam fazendo da sala de aula um espaço muito mais dirigido e dinâmico. Valorizo muito também, os textos sugeridos ao longo do curso, pois todos eles nos propõem reflexões baseadas em nossas realidades.

29 maio 2010




Algumas questões do estágio forram barradas pela tecnologia, ou pela falta dela. Havia programado abrir um pbwork com os alunos a fim de publicar o desenvolvimento do estágio, bem como a rotina dos alunos na escola, já que passam o dia todo nela. Como a escola ainda não possui laboratório de informática, pensei em utilizar o notebook da supervisão para fazer isto. Porém, não consegui o notebook emprestado, não conseguindo executar esta tarefa juntamente com os alunos, como havia programado.
Ao iniciar este curso, em 2006, as professoras falavam que até concluirmos este, todas as escolas teriam laboratório de informática para uso dos alunos. O que percebe-se hoje é que muitas escolas já possuem laboratório, mas os alunos não tem acesso. Podem “estragar os computadores”. Outras ainda nem ao menos possuem um. Nossa escola ganharia muito se pudesse contar com este recurso, pois além de conhecer outras realidades, outras escolas, poderia buscar informações sobre novas tecnologias usadas juntamente com a agricultura e a pecuária.

25 abril 2010

Mudança de Planos!


Semana pequena (apenas quinta e sexta com aula), mas com uma grande mudança. Quando eu e os alunos pensamos em o quê trabalhar neste tempo de estágio pensamos que com a proximidade do inverno a escolha de trabalhar-se com os chás seria um tema bem relevante. Até porque os “chazinhos da Tia Braulina”, uma funcionária muito querida pelos alunos, curam de dor de cabeça até perna quebrada... santo remédio. Porém, na sexta feira alguns alunos alertaram a lebre: “Profe, quem sabe a gente muda de setor? Vamos trabalhar com a horta da Escola e aí a gente pode usar o abudo das minhocas lá! É bem mais tri!” Estes foram ovacionados pelos demais. Me deu um nó! Pensei que havia OUVIDO atentamente os alunos quando refletíamos sobre “o quê fazer”, mas acho que faltou ouvidos. Talvez tenha sido afoita e não tive a sensibilidade exata para captar a vontade das crianças. Nesse momento penso que ser flexível seja retomar a caminhada e dar ênfase a outros aspectos. De repente, este seja o motivo de eles estarem tão dispersos. Não estava interessante. Não fazia sentido. Não foi precisa microfone e caixas de som para entender. Sendo assim, muita informação e nenhuma experiência, segundo Larrosa.
Penso, neste momento, que o mais correto seja repensar o setor escolhido e fazer o direcionamento para a olericultura. Nesta segunda feira iremos traçar as novas escolhas e reorganizar a nossa vida, pois o tempo está passando e o importante é fazer as coisas com sentido.

18 abril 2010

Disparo para o coração!

Um dia me disseram

Que as nuvens

Não eram de algodão

Um dia me disseram

Que os ventos

Às vezes erram a direção

E tudo ficou tão claro

Um intervalo na escuridão

Uma estrela de brilho raro

Um disparo para um coração...

Humberto Gessinger

Numa das noites frias desta semana, mais ou menos às 3 da manhã, acordei pra dar mamá ao Davi. Só quem já acordou às 3 da manhã por algum motivo sabe que a cabeça da gente voa neste horário. Estava pensando sobre o estágio e sobre a melhor maneira de realizar o Projeto quando lembrei desta música dos Engenheiros do Hawaii. Que responsabilidade! Apontar caminhos pra que outros descubram coisas significativas pra si! Dar-se conta que as núvens não são de algodão é desacomodar-se e fazer novo (ou denovo). Intervalo na escuridão... luz pra enxergar o novo. Disparar coração. Gostaria muito que meus alunos pudessem sentir assim, disparando o coração, para o novo (seja para este Projeto ou para outras coisas que envolve a educação que tanto lutamos no dia a dia, como respeito, dignidade, entre outros). Confesso que em alguns momentos nesta semana gaguejei e confundi as estações. Tive que repensar várias vezes sobre o andar do Projeto e buscar outras alternativas pra que ele se efetivasse. Porém não nego: meu coração tem disparado de anciedade, almejando que tudo dê certo e o melhor se construa nesse tempo.

09 abril 2010

CHEGOU!


Chegou o tão esperado e temido ESTÁGIO! Como pode ser temido se já praticamos há tanto tempo, há anos? Talvez pelo fato de que estaremos sendo observadas (mesmo que virtualmente) e avaliadas. O fato é que não é possível evitar e passar este semestre sem que ele se efetive. Dentre tudo o que tem passado em minha cabeça em relação a isso uma frase do professor Paulo Albuquerque ecoa continuamente:
“...o Estágio não é a reprodução moral dos costumes. Ele deve ser o momento de materialização do “inédito viável”.”

Com o passar dos anos nos “acostumamos” a muitas coisas: com a rotina de horários, com o barulho do trânsito, com o latido do cachorro da vizinha, dentre outras. Sendo assim, nos acomodamos e passamos a realizar a mesma rotina sem muito refletir sobre ela. Já pouco nos incomoda o latido do cachorro, acordamos antes do relógio despertar e tão pouco ouvimos o trânsito! Nos acostumamos. Refletimos pouco, nos reavaliamos menos ainda. É preciso dar conta dos conteúdos programados, das atividades pendentes, da disciplina em aula, dos valores, da casa, da família e do próprio cachorro (que talvez incomode a vizinha também). O “INÉDITO VIÁVEL”. É inédito, ainda não aconteceu. Ele espera que tenha oportunidade de acontecer e que seja por nossas mãos, onde possamos torná-lo palpável. Essa idéia me angustia e de certa forma me amedronta. Porém, também é viável, o que traduz um caminho que pode ser percorrido, possível de ser trilhado e, com certeza, bastante prazeroso por se tratar de escrever a nossa história como educadores. O caminho é longo, mas a estrada não é deserta, em contradição ao clássico infantil, pois nos apoiamos e somos apoiados continuamente nessa rede que se estabeleceu quando iniciou o curso.