04 dezembro 2010

Eixo 7 (a)

Desde o início do curso percebemos a preocupação da instituição UFRGS em tornar, além de prazeroso, dinâmico e coesa as interdisciplinas estudadas no decorrer dos semestres. A partir desta preocupação e da mudança de paradigmas que ocorre em nós alunos pelo repensar de nossa prática, verifica-se uma maior consciência de ações, muitas vezes espelhados em Piaget ou Freire. Com a visão de inclusão as ideias trabalhadas convergem para um caminho, traçados pelas interdisciplinas de Educação de Jovens e Adultos, de LIBRAS, Seminário Integrador VII, Didática, Planejamento e Avaliação, bem como Linguagem e Educação. O PEAD está inserido, incluindo digitalmente professores e alunos em nossas escolas que não compreendiam este universo, num processo novo e com grandes aprendizagens, sendo a linguagem um dos instrumentos utilizados para esta inclusão.
As afirmações referentes às interdisciplinas de Educação de Jovens e Adultos no Brasil, Linguagem e Educação e LIBRAS mostram a diferença como ponto relevante para o processo de aprendizagem.
Se essas particularidades não fossem relevantes, seria tarefa fácil desenvolvermos aulas, pois não teríamos a preocupação com a verdadeira aprendizagem. Agiríamos da mesma forma com todos e estaria pronto. Mas o objetivo não é este. É sim de tornar as aprendizagens mais significativas, encarando como um ato libertador: da falta de acesso à cultura escrita, do direito político, da liberdade de pensamento, conseguindo ganhos de consciência (HARA, 1992). A educação precisa ser algo que possibilite as pessoas participarem cada dia mais a fim de transformarem a sociedade á qual fazem parte.
Em uma das citações, a questão de especificidade cultural está presente e nos remete à EJA, onde está relacionada, também, a interdisciplina de Língua Brasileira de Sinais. Ainda hoje escolas que recebem alunos surdos organizam seu planejamento levando em consideração a maioria dos alunos que são ouvintes, não contemplando a diversidade entre os alunos e não considerando o surdo na sua totalidade, a cultura surda. Não diferente acontece com as classes EJA que estudam em escolas regulares, onde, muitas vezes, o planejamento não considera as peculiaridades dos alunos, estes a maioria trabalhadores, sendo necessário todo um planejamento voltado a esta realidade, diferente da escola tradicional. O currículo contemplado na EJA é que irão garantir os saberes vividos e os escolares, sendo estes complementares entre si, respeitando a grande riqueza de diversidade étnica, etária, de gênero, cultural e socioeconômica. É somente desse modo que a EJA conseguirá cumprir sua função de reparadora e qualificadora. Neste contexto, cabe-nos levar em consideração os diferentes tipos der linguagens que são desenvolvidos neste processo. A partir desta perspectiva, o trabalho escolar poderia abrir espaço para a multiplicidade de discursos, bem como o abordar, relativizando, a questão do “certo” e do “errado” em linguagem, conforme vem postulando estudos lingüísticos cujos efeitos de sentido ainda não foram mobilizadores de novas práticas pedagógicas (DALLA ZEN; TRINDADE, 2002).

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