28 junho 2010

Estamos apenas começando...


Parafraseando a primeira semana de estágio: chegou o tão esperado e temido estágio – ou o final dele. Ele tem sensação de dever cumprido, pois se encerra um tempo de postagens semanais em relação a planejamentos e práticas, mas de grande desafio: precisamos continuar a pensar na intencionalidade de nossa prática, na melhor maneira de realizar as tarefas e no aluno (motivo pelo qual buscamos melhorar sempre). Acredito que nenhum de nós somos os mesmos: professores, tutores, instituição, familiares, nossas escolas e principalmente nós, estudantes do PEAD. A caminhada que se iniciou em 2006 não termina ao concluirmos o TCC, mas acredito que continuará, pois aprendemos a ser desafiadas e não ter receio do desafio. Nesta semana não falei aos alunos que meu estágio se encerrava, pois eles continuavam com o mesmo gás, e nem mesmo pretendo que este movimento que o projeto trouxe acabe. Pretendo que até o final do ano essa turma que acompanho neste momento possa desfrutar de outros projetos que tragam tanta construção de aprendizagens como este.

27 junho 2010

Estamos caminhando


O termo “empoderamento” traduz a autonomia de uma pessoa para realizar uma tarefa sem precisar de autorização. Paulo Freire mostra que empoderado é aquele que realiza, por si mesmo, as mudanças que a levam a evoluir e se fortalecer.
Pensando assim, vejo o quanto nossa prática caminha em ajudar na construção de pessoas capazes de modificar sua realidade, abrindo portas para o novo, seja na alfabetização ou nos seguintes anos da escola. Para que esta realidade continue sendo modificada, é necessário que tenhamos em mente que o professor não é o dono da verdade e que também precisa aprender. Aprender com o aluno é uma excelente opção para que haja um “encontro”, possibilitando, assim, que as aprendizagens se concretizem. Precisamos dar oportunidade para que os alunos pratiquem sua autonomia na busca de sua realização escolar e social, evitando o comodismo e a discriminação. Somos extremamente importantes neste processo. É necessário, porém, que estejamos cientes disto. Penso que nos encontramos neste tempo de descobertas e desafios (mesmo com anos de “prática”). Que bom que estamos vivenciando isso!

20 junho 2010

Aconteceu!




Nas reuniões pedagógicas realizadas na escola um dos enfoques é que o relevante das aulas seja o trabalho com a produção de textos, leitura e interpretação, bem como as quatro operações. Esta deve ser a base trabalhada com os alunos dos primeiros anos do ensino fundamental. Segundo os professores dos anos seguintes, “eles precisam chegar prontos no sexto ano”. Então, este tem sido o maior propósito das professoras do currículo. No entanto, algo que acredito merecer igual relevância é o trabalho de conscientização ambiental, e tudo o que se refere a este assunto.
Dentro das atividades que estamos realizando, uma merece ser chamada à atenção. Realizamos a montagem de composteiras em garrafas pet (como exemplo) e também no chão, ao lado da horta da escola. Este trabalho foi riquíssimo, uma vez que os alunos se envolveram muito e puderam acompanhar todo o processo, desde a montagem da composteira até a visualização do caminho percorrido pelas minhocas nesta. Mas isso não mereceria destaque se não fosse a posição que alguns alunos demonstraram. Alguns revelaram que depois que realizamos este trabalho na aula tiveram condições de construir suas próprias composteiras nos fundos de casa, fazendo todo o aproveitamento do lixo orgânico. É muito gratificante quando os alunos passam a dar real importância para aquilo que acreditamos e trabalhamos em aula. Os valores passaram a ser comuns entre nós. Nossa turma pode ter uma estreita relação entre os assuntos relativos a estas atividades. Além de entenderem a importância da nossa prática, mostraram consciência, mudança de postura e a criação de uma nova prática em relação ao aproveitamento do lixo da sua casa.
Entendo que este seja o sentido que Larrosa pretendia em seu texto, tão lembrado pelo professor Paulo e Rossana. “A experiência é o que nos passa, o que nos acontece, o quer nos toca.” Esta atividade passou por eles, tocou, aconteceu, fez diferença, sentido. Mas acredito que isto só foi possível porque estava com o olhar atento. Observando e respeitando o tempo de cada um. Nem todos os alunos tiveram esta percepção e foram tocados. Gostaria que outros também pudessem partilhar deste momento e pretendo promover outras atividades que provoquem assim, mas valeu com estes que me surpreenderam.
Pensando neste sentido, talvez devamos mudar as perspectivas do sexto ano e o conceito de chegar pronto. Estamos sempre prontos a atividades prazerosas e com muito sentido.

13 junho 2010

Aprendizagens



Este semestre está sendo marcado por um crescimento notório em minha prática de sala de aula. Uma das aprendizagens mais significativas deste semestre é o pensar em relação ao que se quer com determinada atividade proposta aos alunos. Este curso está nos desacomodando de nossas práticas e nos mostrando que é possível realizar uma educação pública de qualidade, mesmo havendo pouca verba para a aquisição de material didático e suporte literário. Mostra-nos que com boa vontade, disciplina e determinação podemos vislumbrar um mundo abrangente de informação e cultura que está a nosso dispor na informatização e pesquisa.
Ao realizar os projetos de cada semana refleti muito sobre qual a melhor maneira de promovê-lo para que fizesse realmente diferença na aprendizagem de meus alunos. Pensei, então, que deveria "alinhavar" todo o processo para que nenhuma informação se perdesse, assim como faz a estrutura das interdisciplinas deste curso. Foi valioso para minha aprendizagem, uma vez que coloquei em prática as abordagens e contribuições que as interdisciplinas traziam fazendo da sala de aula um espaço muito mais dirigido e dinâmico. Valorizo muito também, os textos sugeridos ao longo do curso, pois todos eles nos propõem reflexões baseadas em nossas realidades.