25 abril 2010

Mudança de Planos!


Semana pequena (apenas quinta e sexta com aula), mas com uma grande mudança. Quando eu e os alunos pensamos em o quê trabalhar neste tempo de estágio pensamos que com a proximidade do inverno a escolha de trabalhar-se com os chás seria um tema bem relevante. Até porque os “chazinhos da Tia Braulina”, uma funcionária muito querida pelos alunos, curam de dor de cabeça até perna quebrada... santo remédio. Porém, na sexta feira alguns alunos alertaram a lebre: “Profe, quem sabe a gente muda de setor? Vamos trabalhar com a horta da Escola e aí a gente pode usar o abudo das minhocas lá! É bem mais tri!” Estes foram ovacionados pelos demais. Me deu um nó! Pensei que havia OUVIDO atentamente os alunos quando refletíamos sobre “o quê fazer”, mas acho que faltou ouvidos. Talvez tenha sido afoita e não tive a sensibilidade exata para captar a vontade das crianças. Nesse momento penso que ser flexível seja retomar a caminhada e dar ênfase a outros aspectos. De repente, este seja o motivo de eles estarem tão dispersos. Não estava interessante. Não fazia sentido. Não foi precisa microfone e caixas de som para entender. Sendo assim, muita informação e nenhuma experiência, segundo Larrosa.
Penso, neste momento, que o mais correto seja repensar o setor escolhido e fazer o direcionamento para a olericultura. Nesta segunda feira iremos traçar as novas escolhas e reorganizar a nossa vida, pois o tempo está passando e o importante é fazer as coisas com sentido.

18 abril 2010

Disparo para o coração!

Um dia me disseram

Que as nuvens

Não eram de algodão

Um dia me disseram

Que os ventos

Às vezes erram a direção

E tudo ficou tão claro

Um intervalo na escuridão

Uma estrela de brilho raro

Um disparo para um coração...

Humberto Gessinger

Numa das noites frias desta semana, mais ou menos às 3 da manhã, acordei pra dar mamá ao Davi. Só quem já acordou às 3 da manhã por algum motivo sabe que a cabeça da gente voa neste horário. Estava pensando sobre o estágio e sobre a melhor maneira de realizar o Projeto quando lembrei desta música dos Engenheiros do Hawaii. Que responsabilidade! Apontar caminhos pra que outros descubram coisas significativas pra si! Dar-se conta que as núvens não são de algodão é desacomodar-se e fazer novo (ou denovo). Intervalo na escuridão... luz pra enxergar o novo. Disparar coração. Gostaria muito que meus alunos pudessem sentir assim, disparando o coração, para o novo (seja para este Projeto ou para outras coisas que envolve a educação que tanto lutamos no dia a dia, como respeito, dignidade, entre outros). Confesso que em alguns momentos nesta semana gaguejei e confundi as estações. Tive que repensar várias vezes sobre o andar do Projeto e buscar outras alternativas pra que ele se efetivasse. Porém não nego: meu coração tem disparado de anciedade, almejando que tudo dê certo e o melhor se construa nesse tempo.

09 abril 2010

CHEGOU!


Chegou o tão esperado e temido ESTÁGIO! Como pode ser temido se já praticamos há tanto tempo, há anos? Talvez pelo fato de que estaremos sendo observadas (mesmo que virtualmente) e avaliadas. O fato é que não é possível evitar e passar este semestre sem que ele se efetive. Dentre tudo o que tem passado em minha cabeça em relação a isso uma frase do professor Paulo Albuquerque ecoa continuamente:
“...o Estágio não é a reprodução moral dos costumes. Ele deve ser o momento de materialização do “inédito viável”.”

Com o passar dos anos nos “acostumamos” a muitas coisas: com a rotina de horários, com o barulho do trânsito, com o latido do cachorro da vizinha, dentre outras. Sendo assim, nos acomodamos e passamos a realizar a mesma rotina sem muito refletir sobre ela. Já pouco nos incomoda o latido do cachorro, acordamos antes do relógio despertar e tão pouco ouvimos o trânsito! Nos acostumamos. Refletimos pouco, nos reavaliamos menos ainda. É preciso dar conta dos conteúdos programados, das atividades pendentes, da disciplina em aula, dos valores, da casa, da família e do próprio cachorro (que talvez incomode a vizinha também). O “INÉDITO VIÁVEL”. É inédito, ainda não aconteceu. Ele espera que tenha oportunidade de acontecer e que seja por nossas mãos, onde possamos torná-lo palpável. Essa idéia me angustia e de certa forma me amedronta. Porém, também é viável, o que traduz um caminho que pode ser percorrido, possível de ser trilhado e, com certeza, bastante prazeroso por se tratar de escrever a nossa história como educadores. O caminho é longo, mas a estrada não é deserta, em contradição ao clássico infantil, pois nos apoiamos e somos apoiados continuamente nessa rede que se estabeleceu quando iniciou o curso.