27 setembro 2009

Teoria X Prática


Os textos refletidos na interdisciplina de EJA tem me feito repensar em algumas coisas. Nesta semana na escola me deparei com uma situação que veio reforçar e completar as reflexões que estamos realizando no fórum. Conheço uma professora de 5ª a 8ª séries que é reconhecida na comunidade escolar por ser uma profissional de muita responsabilidade e competência em sala de aula. Realmente, ela é maravilhosa e utiliza muito a ludicidade para chamar a atenção dos alunos para as atividades que planeja. Muito ela fala da sua experiência em EJA e do regozijo que esta tarefa lhe traz. Porém, sua fala, em momentos alguns momentos, demonstra que sua autoridade (ou autoritarismo) em sala de aula é bastante exercida e que os alunos são tolhidos de manifestar suas opiniões. Em seu discurso, exerce a autonomia e o respeito às necessidades dos alunos. Este empoderamento que Freire fala, onde o aluno se desenvolve realizando por si mesmo as mudanças necessárias á evoluir e fortalecendo-se, podendo construir, criar, decidir ainda está descompassado com a prática da professora. Esta realidade mostra que não só nós, professores sofremos com esta “poda” de possibilidades, mas também os alunos, quando não proporcionamos a eles momentos para exercitar esta prática tão libertadora.

14 setembro 2009

PARABÉNS CIDADE DE VIAMÃO!

268 anos de Viamão



Um pouco da história


Descrevendo um pouco do município de Viamão, pode-se dizer que ele pertence a uma região histórica, colonizada por açorianos desde o séc. XVIII, muito conhecida por ser rota de tropeiros que levavam gado e mulas para Sorocaba no séc. XIX. Também foi palco de guerras, como a Revolução Farroupilha. Hoje ela possui cerca de 270.000 habitantes, mas ainda conserva características de cidade interiorana, tanto na sua estrutura física como no estilo de vida dos seus moradores. A sua economia é baseada no comércio local; possui, porém, duas indústrias: Cervejaria Brahma e Laticínios Mumu. Além disso, conta com plantação de arroz e produção de leite na zona rural.Quanto ao aspecto religioso, é possível perceber a influência da colonização açoriana, a qual promove um catolicismo bem tradicional. A prática religiosa de grande parte dos moradores, porém, é o espiritismo e o batuque, como na maior parte do estado.A singularidade de Viamão, entretanto, está na sua proximidade de Porto Alegre, com uma grande dependência desta. Por isso, costuma-se dizer que Viamão é uma cidade dormitório. No município, ainda, existem mais de 150 vilas e bairros, que se desenvolveram fora do eixo de produção da região metropolitana. Essas situações contribuíram para o aparecimento de muitos problemas sociais, tais como a violência, as drogas, os roubos, a baixa renda da população em geral, a pouca valorização do município pelos seus moradores e os diferentes níveis de impactos ambientais.Viamão, no entanto, é uma região que pode ser valorizada: entre outras belezas, o município possui 105 km de praia entre o Guaíba e a Laguna dos Patos e 5,5 mil hectares de mata atlântica, além de três Unidades de Conservação (APA Banhado Grande, Parque Itapuã e Parque Saint’Hilaire). Outro aspecto relevante é o seu patrimônio histórico, percebido a partir da descendência açoriana e do seu envolvimento com a Guerra dos Farrapos. Também, é considerada uma das cidades com o maior número de Centro de Tradições Gaúchas (CTG) no estado, e tem a presença de populações tradicionais como indígenas, quilombolas e pescadores.O município de Viamão, enfim, é um território a ser explorado. E todos aqueles que se dispuserem a isso encontrarão desafios a serem superados, mas, também, um ótimo lugar para se viver.



13 setembro 2009

Precisamos aprender, sempre!


A interdisciplina de Linguagem e Educação, em sua primeira proposta de atividade oferece uma reflexão: Fala-se/escreve-se/lê-se sempre do mesmo jeito? Que diferenciações podem ocorrer em relação à fala ou à escrita?

A leitura do texto sugerido para a realização desta atividade fez-me pensar em nossa prática cotidiana nas escolas e como passamos o tempo preocupados em dar conta de conteúdos previamente programados, sem, muitas vezes, perceber a complexidade da aprendizagem individual dos alunos. Nos intervalos das aulas a discussão muitas vezes se dá em relação ao “quanto” determinado aluno aprendeu (de maneira correta frente às expectativas).
O texto nos chama a atenção de que, até mesmo nós, já alfabetizados e letrados, fazemos usos de diferentes maneiras da leitura e da escrita, dependendo do contexto que estamos inseridos.
Uma maneira de abrir caminhos para a leitura e escrita convencional é proporcionar aos alunos diferentes formas textuais, possibilitando a percepção das mesmas.
O desafio talvez esteja em nossa própria percepção frente aos alunos que ainda apresentem a dificuldade de expressar-se, seja de maneira escrita ou oral. Penso que nós é que devamos ser alfabetizados e até mesmo letrados neste processo.

Estou aberta para o novo!

Neste semestre alguns alunos foram provocados a serem mediadores dos fóruns do Seminário Integrador, onde fui contemplada. Assim, percebi que não é tarefa fácil mediar algo, uma discussão, uma reflexão. As pessoas são diferentes e cada uma quer “vender seu peixe”, sem que muitas vezes levem em consideração as ponderações do outro. Porém, isto me fez pensar que na nossa sala de aula devemos ter o mesmo tato e percepção que temos nas discussões no PEAD. Daí vem minha colocação “no versículo bíblico Romanos 12:2 Paulo, discípulo de Jesus, faz uma advertência: “Não se conformem com este século, mas se renovem pela transformação das suas mentes”. Muitas vezes não temos como colocar coisas novas em nossa vida se os lugares estão ocupados por outras coisas. Cito, ainda, como exemplo, a experiência relatada por Maria Bernadete Castro Rodrigues, no texto Planejamento: em busca de caminhos, sugerido como leitura na interdisciplina de Didática, Planejamento e Avaliação. A autora relata o quanto suas alunas trabalhavam mecanicamente em seus planejamentos e o quanto esta prática a incomodava. Ao abrir-se e buscar outras formas de pensamento, permitindo-se algo novo, entendeu a real importância do planejar e passou a defender uma nova prática, onde o planejamento passava a ser ferramenta indispensável e coerente. Se ela não tivesse abandonado a antiga prática, não teria como adotar nova postura, em sua mente não haveria lugar para renovação”.

Ainda tenho muito a aprender, mas me sinto privilegiada em poder perceber que estou aberta a esta transformação, mudança de paradigma. Dentro das devidas proporções, às vezes me sinto como Raul Seixas: “eu prefiro ser esta metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo...”