20 junho 2010

Aconteceu!




Nas reuniões pedagógicas realizadas na escola um dos enfoques é que o relevante das aulas seja o trabalho com a produção de textos, leitura e interpretação, bem como as quatro operações. Esta deve ser a base trabalhada com os alunos dos primeiros anos do ensino fundamental. Segundo os professores dos anos seguintes, “eles precisam chegar prontos no sexto ano”. Então, este tem sido o maior propósito das professoras do currículo. No entanto, algo que acredito merecer igual relevância é o trabalho de conscientização ambiental, e tudo o que se refere a este assunto.
Dentro das atividades que estamos realizando, uma merece ser chamada à atenção. Realizamos a montagem de composteiras em garrafas pet (como exemplo) e também no chão, ao lado da horta da escola. Este trabalho foi riquíssimo, uma vez que os alunos se envolveram muito e puderam acompanhar todo o processo, desde a montagem da composteira até a visualização do caminho percorrido pelas minhocas nesta. Mas isso não mereceria destaque se não fosse a posição que alguns alunos demonstraram. Alguns revelaram que depois que realizamos este trabalho na aula tiveram condições de construir suas próprias composteiras nos fundos de casa, fazendo todo o aproveitamento do lixo orgânico. É muito gratificante quando os alunos passam a dar real importância para aquilo que acreditamos e trabalhamos em aula. Os valores passaram a ser comuns entre nós. Nossa turma pode ter uma estreita relação entre os assuntos relativos a estas atividades. Além de entenderem a importância da nossa prática, mostraram consciência, mudança de postura e a criação de uma nova prática em relação ao aproveitamento do lixo da sua casa.
Entendo que este seja o sentido que Larrosa pretendia em seu texto, tão lembrado pelo professor Paulo e Rossana. “A experiência é o que nos passa, o que nos acontece, o quer nos toca.” Esta atividade passou por eles, tocou, aconteceu, fez diferença, sentido. Mas acredito que isto só foi possível porque estava com o olhar atento. Observando e respeitando o tempo de cada um. Nem todos os alunos tiveram esta percepção e foram tocados. Gostaria que outros também pudessem partilhar deste momento e pretendo promover outras atividades que provoquem assim, mas valeu com estes que me surpreenderam.
Pensando neste sentido, talvez devamos mudar as perspectivas do sexto ano e o conceito de chegar pronto. Estamos sempre prontos a atividades prazerosas e com muito sentido.

Um comentário:

mauranunes.com disse...

Pois é Camila, este é o momento de reavaliar posições, velhas práticas e posturas! É muito importante olhar verdadeiramente o aluno a fim de perceber seu momento, suas motivações e desejos, valorizando o contexto de cada um também. Ótimo trabalho. Bjs, Maura - tutora do SI