04 dezembro 2010

Eixo 8 (a)

No oitavo semestre realizamos o tão esperado e temido estágio, onde este propôs reflexões de práticas que estávamos acostumadas a realizar. Para isso, foi necessário que repensássemos esta prática e colocássemos em evidência aquilo que construímos ao longo do curso. Esta não foi tarefa fácil, uma vez que alguns conceitos antigos, preconceituosos e desnecessários já estavam bastante arraigados nesta prática. Porém, foi bastante desafiador, pois podemos utilizar a nossa própria sala de aula para a realização deste.
O estágio iniciou quando pensava ter claro, para mim e para os alunos, as intenções do Projeto de Aprendizagem, no qual contemplava a conscientização da Educação Ambiental e para isso faríamos as práticas nos setores de Vermecompostagem e Plantas Medicinais que a Escola possui. Porém, me surpreendi quando, na segunda semana, os alunos mostraram interesse em outro setor, como mostra a reflexão postada no pbwork:
“Quando eu e os alunos pensamos em o quê trabalhar neste tempo de estágio pensamos que com a proximidade do inverno a escolha de trabalhar-se com os chás seria um tema bem relevante. Até porque os “chazinhos da Tia Braulina”, uma funcionária muito querida pelos alunos, curam de dor de cabeça até perna quebrada... santo remédio. Porém, na sexta feira alguns alunos alertaram a lebre: “Profe, quem sabe a gente muda de setor? Vamos trabalhar com a horta da Escola e aí a gente pode usar o abudo das minhocas lá! É bem mais tri!” Estes foram ovacionados pelos demais. Me deu um nó! Pensei que havia OUVIDO atentamente os alunos quando refletíamos sobre “o quê fazer”, mas acho que faltou ouvidos. Talvez tenha sido afoita e não tive a sensibilidade exata para captar a vontade das crianças. Nesse momento penso que ser flexível seja retomar a caminhada e dar ênfase a outros aspectos. De repente, este seja o motivo de eles estarem tão dispersos. Não estava interessante. Não fazia sentido. Não foi precisa microfone e caixas de som para entender. Sendo assim, muita informação e nenhuma experiência, segundo Larrosa.” http://camilaestagio.pbworks.com/Reflex%C3%A3o-Semanal)

Este momento foi bastante difícil para mim, pois acreditava estar atenta para o interesse dos alunos, mas não foi o que aconteceu. As práticas cheias de certezas e pouco pensadas, refletidas, sensíveis se defrontam com a falta de interesse dos alunos. Daí a falta de motivação no trabalho, gerando até mesmo a indisciplina na sala de aula. As propostas mecânicas que reproduzimos impensadamente não geram construção de conhecimentos, mas sim aulas chatas e desmotivadoras. Este momento foi muito significativo para mim, pois me deparei com minha rigidez nos planejamentos e ações. Neste momento, retomei o texto sugerido pelo Professor Paulo e fiz nova leitura das informações contidas nele. E isso fiz muitas e muitas vezes, pois a cada momento que relia o texto ele trazia novos conceitos para mim. A partir desse momento o projeto teve outro sabor, outro sentido, tanto para mim quanto para os alunos.

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