04 dezembro 2010

Eixo 8 (b)

Uma das atividades de relevância neste tempo de estágio foi a experiência de construir o “Boneco Cabeça Verde”, com sementes de alfafa, serragem e meias calças a fim de observar o desenvolvimento das plantas e suas peculiaridades. Confesso que esta atividade já havia sido desenvolvida com eles no ano anterior, mas não havíamos pensado sobre ela. Foi uma experiência e tanto, mais para mim do que para eles, pois pude ouvir e dar importância ao que os alunos diziam. A reflexão feita na sexta semana de estágio mostra este envolvimento:
“Comentaram (ao alunos) o quanto chamara à atenção a “cabeça verde” do Emmanuel, no qual estava menor do que os demais. Quando isto aconteceu, lembrei do que o professor Paulo havia comentado sobre as percepções e as relações que os alunos faziam durante as experiências e prestei mais atenção e gastei mais tempo nesta tarefa: o escutar e o problematizar. Neste sentido, várias foram as hipóteses para que esta diferença de crescimento se desse. Alguns diziam que os “cabelos verdes” não cresceram, pois o Emmanuel havia sacudido muito seu boneco e as sementes foram parar no meio da serragem, não havendo luz para que se desenvolvesse. Outros pensaram que, ao sacudir o boneco as sementes foram parar embaixo da serragem, e quando colocamos a cola quente para colar os pezinhos, esta queimou as sementes, impedindo seu crescimento. Propus que pesquisassem durante o final de semana e procurassem respostas para este acontecimento. Segunda feira choveu hipóteses. Percebi o quanto de respostas os alunos têm e como perguntamos pouco. Geralmente damos as respostas antes mesmo que os alunos tenham tempo para formularem suas hipóteses e procurar estabelecer relações importantes para que a aprendizagem aconteça.” (http://camilaestagio.pbworks.com/Reflex%C3%A3o-Semanal)

Na semana em que recebi a visita do Professor Paulo e da Rossana pude dar ênfase ao objetivo do Projeto de Aprendizagem, no qual procurava dar sentido, significado as atividades. Para isso procurei buscar junto com os alunos o que as atividades teriam de significativo para eles a ponto de construir a aprendizagem, mudando hábitos e atitudes em a relação ao meio ambiente. Assim, eles puderam buscar essas relações, como no dia em que estávamos realizando as atividades na horta da Escola. Plantávamos espinafres quando uma aluna sentiu o cheirinho que a terra tem e lembrou-se de quando era menor e ajudava seu pai na horta de casa. Nesse momento outros alunos buscaram suas próprias relações com a terra e esta atividade passou a ser, além de prazerosa, muito significativa. Acredito que, assim como ela se lembrou disso quando cheirou a terra, outros mais tarde passaram a ter esta sensação quando sentirem este cheiro novamente e lembraram das experiências que realizamos na sala de aula.

E pensar não é somente “raciocinar” ou “calcular” ou “argumentar”, como nos tem sido ensinado algumas vezes, mas é sobretudo dar sentido ao que somos e ao que nos acontece. (LARROSA, 2002)

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